terça-feira, 22 de novembro de 2011

Formigas - Isto sim é civilização! Parte 1

formiga
Formiga: exemplo de organização social
Se você acha que as sociedades humanas são complexas e organizadas, talvez seja hora de olhar para os formigueiros. Temos muito o que aprender com eles.

As formigas, andam organizadamente, sem atropelos, trabalhando pelo bem comum."Entre as formigas, ninguém manda em ninguém", afirma a entomologista Deborah Gordon, que, há 17 anos passa o dia observando formiguinhas sob o sol do Arizona.

Há, por exemplo, as que se aventuram para fora do formigueiro. São operárias especializadas em buscar comida.

No caminho, as operárias esfregam a barriga no chão, deixando um rastro com o cheiro da colônia a que pertencem, para que ela mesma e as companheiras não se percam. Formigas não falam, mas os feromônios, que são as substâncias que carregam odores, substituem com eficiência as palavras. No caminho para o formigueiro, a operária pára na frente de outra formiga. As duas esfregam suas sensíveis anteninhas e, pelo cheiro, percebem que são da mesma colônia. Antes de seguir em frente, a operária divide um pouco da folha que leva para casa e avisa, com outro feromônio: "Ali na frente tem algo que nos interessa".

Mas, se você acha que conhece as formigas apenas de olhar as que passeiam por aí, está redondamente enganado. "Apenas 10% da população sai para buscar comida. As outras 90% ficam na colônia o tempo todo", diz a pesquisadora Ana Eugênia de Campos Farinha, do Instituto Biológico de São Paulo. É que, em casa, todas juntas, elas conseguem se defender. Lá fora, espalhadas em frágeis batalhões, as pequenas são presas fáceis para predadores famintos como tamanduás, lagartos e besouros.

Portanto, para entender mesmo como são esses insetos, o ideal é seguir a fila e entrar com uma delas pelo buraco do formigueiro. Logo abaixo do nível do solo há uma multidão de formigas, umas indo, outras vindo. Nenhuma pára para dar passagem, elas simplesmente sobem umas nas outras sem se incomodar em pedir licença (não, não há um feromônio para isso). Começam a surgir bifurcações, ruas mais largas, que dão em grandes buracos, cheios de larvas. Lá há mais funcionárias dedicadas.

Algumas passam o dia lambendo e manipulando, com as patinhas, as larvas das futuras formiguinhas que vão nascer. Também são operárias, mas trabalham como babás: ai de quem chegar perto sem o cheiro certo (que funciona como um crachá). Quando o quarto onde estão os futuros bebês fica muito quente, elas se organizam e abrem novos dutos de ar condicionado, zanzando pelo meio da terra para que o ar circule.

Pois é, temos muito o que aprender com as formigas, não só no que se refere ao trabalho em equipe, mas também em termos de técnicas agrícolas, distribuição da comida, sistema político e cuidados ambientais. Quem sabe, com a ajuda delas, não possamos nos tornar mais civilizados?

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